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LIQUE PARA AMPLIAR A IMAGEM`AS ENERGIAS POTENCIALMENTE RENOVÁVEIS DEPENDEM
Energias Potencialmente Renováveis Dependem das Fósseis | AEPET
"Brasil deve optar pelo uso do seu petróleo e agregar valor a ele"
As energias potencialmente renováveis dependem das fontes primárias de energia de origem fóssil – carvão, petróleo e gás natural - para serem produzidas, distribuídas, mantidas e complementadas para que o abastecimento energético seja confiável. Não deveria haver surpresa, praticamente tudo neste mundo depende das energias fósseis.
Fontes primárias de energia
São fontes primárias originadas pela energia solar: as energias de origem fóssil, hidráulica, da biomassa, eólica e solar fotovoltaica.
A energia geotérmica é derivada do calor do interior da Terra.
As energias das ondas e das marés são resultado da incidência dos ventos sobre o mar e pelas forças da gravidade que atuam sobre nosso planeta.
A energia nuclear é gerada a partir da matéria de elementos químicos com características especiais.
São fontes primárias originadas pela energia solar: as energias de origem fóssil, hidráulica, da biomassa, eólica e solar fotovoltaica.
A energia geotérmica é derivada do calor do interior da Terra.
As energias das ondas e das marés são resultado da incidência dos ventos sobre o mar e pelas forças da gravidade que atuam sobre nosso planeta.
A energia nuclear é gerada a partir da matéria de elementos químicos com características especiais.
Transições energéticas
Na História da Humanidade, em termos absolutos nós não substituímos uma fonte primária por outra, nós acumulamos seus usos. O sentido da chamada transição energética se aplica a mudança da importância relativa entre as diferentes fontes primárias.
Consumimos cada vez mais energia, desde a energia dos nossos músculos, dos animais, da lenha e de outras biomassas, dos ventos, hidráulica, a energia do carvão, do petróleo, nuclear, do gás natural e solar (térmica e fotovoltaica).
A participação relativa das energias de origem fóssil na matriz energética mundial se mantém acima dos 85% há muitas décadas.
Na História da Humanidade, em termos absolutos nós não substituímos uma fonte primária por outra, nós acumulamos seus usos. O sentido da chamada transição energética se aplica a mudança da importância relativa entre as diferentes fontes primárias.
Consumimos cada vez mais energia, desde a energia dos nossos músculos, dos animais, da lenha e de outras biomassas, dos ventos, hidráulica, a energia do carvão, do petróleo, nuclear, do gás natural e solar (térmica e fotovoltaica).
A participação relativa das energias de origem fóssil na matriz energética mundial se mantém acima dos 85% há muitas décadas.
O carvão foi a principal fonte energética da Revolução Industrial no século 18 e ainda hoje representa quase 28% da matriz energética mundial.
Depois de mais de 200 anos desde a Revolução Industrial, foi também o carvão que impulsionou o crescimento chinês no século 21.
Possíveis restrições ao consumo do carvão é declaração de guerra contra a China e a receita para a depressão econômica global com elevação do custo da energia e a redução do potencial da economia mais dinâmica do mundo.
Qualidade das fontes de energia primária
O conceito da qualidade da energia diz respeito a sua capacidade de realização de trabalho, sendo proporcional a sua concentração ou densidade energética, facilidade e flexibilidade para mobilidade e uso.
Quando se consome mais energia primária de melhor qualidade é mais fácil promover o crescimento da economia, aumentar a produtividade do trabalho e alcançar melhores padrões de vida.
Quando se aumenta a participação de energias com pior qualidade, mais caras de se produzir, menos capazes de realizar trabalho útil, intermitentes e menos confiáveis, ou de mais difíceis mobilidades e usos, os efeitos são inversos.
Um barril de petróleo (159 litros) tem energia equivalente a 4,5 anos de trabalho de uma pessoa. Esta equivalência revela sua elevada concentração de energia e qualidade intrínseca. Evidente que nem todo barril de petróleo é igual, em especial em função dos diferentes custos para serem encontrados e produzidos.
O conceito da qualidade da energia diz respeito a sua capacidade de realização de trabalho, sendo proporcional a sua concentração ou densidade energética, facilidade e flexibilidade para mobilidade e uso.
Quando se consome mais energia primária de melhor qualidade é mais fácil promover o crescimento da economia, aumentar a produtividade do trabalho e alcançar melhores padrões de vida.
Quando se aumenta a participação de energias com pior qualidade, mais caras de se produzir, menos capazes de realizar trabalho útil, intermitentes e menos confiáveis, ou de mais difíceis mobilidades e usos, os efeitos são inversos.
Um barril de petróleo (159 litros) tem energia equivalente a 4,5 anos de trabalho de uma pessoa. Esta equivalência revela sua elevada concentração de energia e qualidade intrínseca. Evidente que nem todo barril de petróleo é igual, em especial em função dos diferentes custos para serem encontrados e produzidos.
Consumo de energia e desenvolvimento
Quanto maior o consumo de energia per capita, maior o Produto Interno Bruto (PIB) por pessoa das nações.
Quanto maior o consumo de energia per capita, maior o Produto Interno Bruto (PIB) por pessoa das nações.
Quanto maior o consumo de energia per capita, maior o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países.
O consumo de energia está correlacionado, reforça e é reforçado, pelo desenvolvimento das nações.
Consumos por fonte de energia primária
A matriz energética mundial depende dos fósseis que representam 85% do total (Petróleo 34%, Carvão 27% e Gás Natural 24%). A energia nuclear representa 4,4% e as potencialmente renováveis 11% (Hidroelétrica 7%, Eólica e Solar 3%, outras 1%).
Origem das Fontes Primárias na Matriz Energética de 2018
Fósseis
|
Nuclear
|
Renováveis
| |
Mundo
|
84,7%
|
4,4%
|
10,9%
|
Estados Unidos
|
84,3%
|
8,4%
|
7,3%
|
Austrália
|
92,3%
|
0,0%
|
7,7%
|
Alemanha
|
78,9%
|
5,3%
|
15,8%
|
França
|
51,1%
|
38,5%
|
10,4%
|
Japão
|
87,9%
|
2,4%
|
9,6%
|
Reino Unido
|
79,3%
|
7,7%
|
13,1%
|
Israel
|
98,2%
|
0,0%
|
1,8%
|
China
|
85,3%
|
2,0%
|
12,7%
|
Turquia
|
85,7%
|
0,0%
|
14,3%
|
Brasil
|
61,4%
|
1,2%
|
37,4%
|
Egito
|
95,9%
|
0,0%
|
4,1%
|
Índia
|
91,6%
|
1,1%
|
7,3%
|
Países ordenados do maior consumo de energia per capita ao menor
O Brasil tem a maior participação relativa das energias potencialmente renováveis entre os principais países do mundo, com 37% (Hidroelétrica 30%, Eólica e Solar 4%, outras 3%). Os fósseis representam 61% (Petróleo 46%, Carvão 5% e Gás Natural 10%) e a energia nuclear 1%.
Fontes primárias potencialmente renováveis
Há diversos aspectos que limitam as energias potencialmente renováveis em cumprir papel histórico equivalente ao das energias de origem fóssil, em relação ao desenvolvimento econômico e social.
Os seus custos de produção são relativamente mais altos, considerando os custos externalizados pelos seus produtores, como o custo de distribuição, o custo do complemento de suprimento de energia confiável para compensar a intermitência, além das subvenções diretas e indiretas tais como os impostos relativamente mais baixos, os créditos de carbono e os subsídios de capital.
A intermitência na produção é típica das energias eólica e solar fotovoltaica. Os parques eólicos precisam de capacidade instalada maior, caso se pretenda garantir a demanda nos períodos de menor incidência dos ventos. Tanto eólica quanto a solar fotovoltaica precisam de complemento de fontes confiáveis, tais como os fósseis, nuclear ou a hidroelétrica, para garantir o suprimento mesmo com sua intermitência.
A Alemanha pôde alcançar 16% de renováveis em sua matriz energética porque se integrou com a França, exportando energia quando sua produção intermitente excede a demanda no país e importando energia confiável, de origem nuclear, quando a produção intermitente dos renováveis está abaixo da demanda alemã.
Há diversos aspectos que limitam as energias potencialmente renováveis em cumprir papel histórico equivalente ao das energias de origem fóssil, em relação ao desenvolvimento econômico e social.
Os seus custos de produção são relativamente mais altos, considerando os custos externalizados pelos seus produtores, como o custo de distribuição, o custo do complemento de suprimento de energia confiável para compensar a intermitência, além das subvenções diretas e indiretas tais como os impostos relativamente mais baixos, os créditos de carbono e os subsídios de capital.
A intermitência na produção é típica das energias eólica e solar fotovoltaica. Os parques eólicos precisam de capacidade instalada maior, caso se pretenda garantir a demanda nos períodos de menor incidência dos ventos. Tanto eólica quanto a solar fotovoltaica precisam de complemento de fontes confiáveis, tais como os fósseis, nuclear ou a hidroelétrica, para garantir o suprimento mesmo com sua intermitência.
A Alemanha pôde alcançar 16% de renováveis em sua matriz energética porque se integrou com a França, exportando energia quando sua produção intermitente excede a demanda no país e importando energia confiável, de origem nuclear, quando a produção intermitente dos renováveis está abaixo da demanda alemã.
País (2018)
|
Fósseis
|
Nuclear
|
Renováveis
|
Alemanha
|
79%
|
5%
|
16%
|
França
|
51%
|
39%
|
10%
|
Nota-se que os 16% de renováveis alcançado pela Alemanha não é tão alto em relação aos principais países do mundo e está muito abaixo dos 37,4% da matriz energética brasileira.
A energia elétrica não serve para os mesmos fins que os combustíveis líquidos e o carvão. Os combustíveis líquidos de origem fóssil são fundamentais para o transporte de mercadorias e pessoas, navegação e aviação. As atividades industriais de mineração e siderurgia dependem das energias fósseis.
Não se produz painéis fotovoltaicos, baterias e turbinas eólicas a partir da energia elétrica. Mineração de metais raros, siderurgia e fusão de metais para produção de ligas dependem de energias muito concentradas e de altas temperaturas, ou seja, precisam de fontes primárias de energia com elevada qualidade.
Também a manutenção da rede de distribuição de energia elétrica, com a substituição de cabos de transmissão constituídos por elementos metálicos, depende das energias fósseis.
Existe diferença entre quantidade e qualidade das energias primárias. Por exemplo, as energias solar, eólica, das ondas e marés têm densidades energéticas muito baixas, relativamente baixa capacidade de realização de trabalho, elevado custo para suas obtenções, reduzidas facilidades, flexibilidades e confiabilidades aos seus usos, além de que limitadas temperaturas podem ser atingidas a partir de suas aplicações.
Conclusão
O eufemismo do “acordo climático” trata-se de uma, entre tantas Iniciativas globais, conduzidas a partir dos países centrais que podem assim instrumentalizar temas caros à boa parcela da opinião pública para viabilizar seus interesses geoestratégicos. Trata-se de “chutar a escada” do desenvolvimento dos países da periferia do sistema que consumiram e ainda consomem pouca energia, dispõem de recursos naturais, controlam as maiores petrolíferas do mundo que são estatais e têm grande potencial de desenvolvimento econômico e social, desde que aumentem seus consumos de energia com prioridade para as mais baratas de se produzir e mais eficientes possíveis.
As “mudanças climáticas”, assim como o combate ao terrorismo, ao tráfico de drogas e a corrupção, a defesa de liberdades individuais e da democracia liberal, também a pauta identitária e a dita “guerra entre civilizações” são temas populares que podem ser instrumentalizados para fins geoestratégicos, na disputa entre países imperialistas, ou entre países soberanos e o sistema financeiro internacional.
As crises cíclicas fazem parte do capitalismo, acontecem entre 7 e 11 anos desde o início do século passado. Suas funções são destruir o capital fictício, o capital produtivo menos eficiente e reduzir o custo do trabalho para recuperar a lucratividade perdida. Não há concertação global, cooperação internacional ou, muito menos, acordo climático capaz de evitar a ocorrência cíclica das crises no sistema capitalista.
A causa das crises no sistema capitalista não é o excesso da capacidade industrial, é a redução da lucratividade do capital. O excesso da capacidade é resultado da redução da lucratividade e dos investimentos, com os consequentes desempregos e redução da capacidade de compra dos assalariados, além da elevação do endividamento das famílias, empresas e dos Estados Nacionais.
Com o fim do petróleo adicional barato de se produzir, em termos agregados e mundiais, e com os limites da sociedade – pelo menos enquanto submetida a sistema econômico concentrador – em poder arcar com preços elevados da energia, não há disponibilidade de fontes primárias de energia com baixos custos de produção, confiáveis e de alta qualidade. A inteligência humana é capaz de transformar fontes primárias de energia em trabalho e bens úteis, mas não somos capazes de criar fontes primárias compatíveis com as melhores reservas já esgotadas dos recursos energéticos de origem fóssil.
O Brasil deve optar pelo uso do seu petróleo, agregar valor a ele e não permitir sua exportação em estado cru. Devemos investir no desenvolvimento das energias potencialmente renováveis, conhecendo seus limites e utilizando nossas vantagens naturais e inteligência para produzi-las aos menores custos possíveis.
O eufemismo do “acordo climático” trata-se de uma, entre tantas Iniciativas globais, conduzidas a partir dos países centrais que podem assim instrumentalizar temas caros à boa parcela da opinião pública para viabilizar seus interesses geoestratégicos. Trata-se de “chutar a escada” do desenvolvimento dos países da periferia do sistema que consumiram e ainda consomem pouca energia, dispõem de recursos naturais, controlam as maiores petrolíferas do mundo que são estatais e têm grande potencial de desenvolvimento econômico e social, desde que aumentem seus consumos de energia com prioridade para as mais baratas de se produzir e mais eficientes possíveis.
As “mudanças climáticas”, assim como o combate ao terrorismo, ao tráfico de drogas e a corrupção, a defesa de liberdades individuais e da democracia liberal, também a pauta identitária e a dita “guerra entre civilizações” são temas populares que podem ser instrumentalizados para fins geoestratégicos, na disputa entre países imperialistas, ou entre países soberanos e o sistema financeiro internacional.
As crises cíclicas fazem parte do capitalismo, acontecem entre 7 e 11 anos desde o início do século passado. Suas funções são destruir o capital fictício, o capital produtivo menos eficiente e reduzir o custo do trabalho para recuperar a lucratividade perdida. Não há concertação global, cooperação internacional ou, muito menos, acordo climático capaz de evitar a ocorrência cíclica das crises no sistema capitalista.
A causa das crises no sistema capitalista não é o excesso da capacidade industrial, é a redução da lucratividade do capital. O excesso da capacidade é resultado da redução da lucratividade e dos investimentos, com os consequentes desempregos e redução da capacidade de compra dos assalariados, além da elevação do endividamento das famílias, empresas e dos Estados Nacionais.
Com o fim do petróleo adicional barato de se produzir, em termos agregados e mundiais, e com os limites da sociedade – pelo menos enquanto submetida a sistema econômico concentrador – em poder arcar com preços elevados da energia, não há disponibilidade de fontes primárias de energia com baixos custos de produção, confiáveis e de alta qualidade. A inteligência humana é capaz de transformar fontes primárias de energia em trabalho e bens úteis, mas não somos capazes de criar fontes primárias compatíveis com as melhores reservas já esgotadas dos recursos energéticos de origem fóssil.
O Brasil deve optar pelo uso do seu petróleo, agregar valor a ele e não permitir sua exportação em estado cru. Devemos investir no desenvolvimento das energias potencialmente renováveis, conhecendo seus limites e utilizando nossas vantagens naturais e inteligência para produzi-las aos menores custos possíveis.
* Felipe Coutinho é engenheiro químico e presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
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