Resumo | A CIÊNCIA DEMOGRÁFICA ENQUANTO UMA TEORIA PARA REFLETIR E QUESTIONAR A ESTRUTURAÇÃO SOCIAL CONTEMPORÂNEA

 Resumo | A CIÊNCIA DEMOGRÁFICA ENQUANTO UMA TEORIA PARAREFLETIR E QUESTIONAR A ESTRUTURAÇÃO SOCIALCONTEMPORÂNEA. Emerson Dias DE OLIVEIRA, et all.



Aqui faremos um breve resumo do texto do Dr. Emerson de Oliveira, Professor da UNIVALE;  e seus ex alunos Edmilson Batista Sarto Pimenta e  Samuel Gorriz Barboza , publicado na revista de pós graduação em Geografia de Maringá, GEOINGA no ano de 2019.

Os autores iniciam o texto relembrando a importância da demografia em sua dupla dinâmica, como dinâmica populacional e como apreensão para politicas públicas. Apontam também para uma transição demográfica brasileira, que diante de um intenso controle familiar têm envelhecido o país e exige uma readequação de perspectiva de futuro. O “Brasil, País do Futuro” com abundancia de jovens ficou no passado, e nesta terceira fase de transição não encontramos o bem estar social da Europa como e esperado.

Em seguida o tópico "DEMOGRAFIA: UMA REFLEXÃO ANTIGA E QUE SE FAZ NECESSÁRIA NA CONTEMPORANEIDADE" traz, como não poderia faltar, a primeira grande referência deste estudo,  a obra do economista Thomas Robert Malthus (1766 – 1834), ‘Ensaio sobre o princípio da população’ em 1789 na Inglaterra. 

No contexto da 1° revolução industrial, assistiu o êxodo rural, ampliação do desemprego e da população urbana e criou uma teoria populacional onde apregoava que em pouco tempo não existiria recursos para toda a população, especialmente de alimentos - a população crescia de forma geométrica e a produção de forma aritmética. 

Este estudo coloca as bases iniciais da ciência que hoje se inclina em duas grandes correntes "neomalthusiana" e "Reformista/marxista" opostas uma à outra. 

Os neomalthusianos, ou alarmistas, defendem que a pobreza das nações se dá por excessos populacionais e medidas como a controle de natalidade (via anticoncepcionais por ex.) e o fechamento de fronteiras (combate a imigração) iniciam um processo de garantias da ampliação das riquezas individuais do país. Caminhou lado a lado da eugenia, bases do nazifascismo. 

Após e queda do fascismo e o "Baby boom" a teoria neomalthusiana é resgatada pelo ambientalismo, por exemplo o autor  William Vogt (1902-1968), que recolocava a situação em posto de  "problema população x recursos naturais". Ao mesmo tempo, o crescimento populacional em países pujantes e imperialistas fortaleceram o mesmo, enquanto nos países subdesenvolvidos e dependentes multiplicou a pobreza, reabilitando o malthusianismo nos últimos. Excesso de população significaria excesso de gasto estatal e desarranjos econômicos, por isso a defesa também das políticas neoliberais aos países subdesenvolvidos e dependentes.

Resta pensar a outra corrente, "A DEMOGRAFIA NO DEBATE REFORMISTA/MARXISTA", próximo tópico dos autores, levanta que esta corrente inverte a correlação do problema e determina que o problema da superpopulação é causado pela super exploração dos países dependentes e subdesenvoldos pelos países desenvolvidos e imperialistas. Em outras palavras " a superpopulação mundial não é a causa do subdesenvolvimento, mas sim uma consequência da pobreza generalizada deste". A alta natalidade advém de uma mescla de ausência estatal, desinformação, desilusão e falta de recursos causada pela pobreza coletiva. Ou seja, a queda demográfica só seria possível e racional se pactuada com as classes trabalhadoras e não por imposição. A defesa é do combate à pobreza, não ao pobre. Isso é mais que a mera modernização, se pensarmos na fome, hoje a revolução verde expandiu a monocultura industrial e coberta de agrotóxicos ampliou a disponibilidade de grãos e alimentos, mesmo assim a fome ainda é uma realidade global: a ampliação tecnológica capitalista falhou em combater a fome. A pobreza além de causadora dos problemas, não é natural mas fruto da organização social, ou seja, do capitalismo.

Após a leitura do artigo salta aos olhos na teoria reformista a ausência de uma teoria marxista, ou seja histórica-materialista e dialética da reprodução das classes sociais. Há uma infinidade de debates sobre o papel da mulher na sociedade de classes e de seu trabalho para reproduzir as classes, tanto trabalhadoras, tanto capitalistas, em geral este trabalho não é remunerado. Esta percepção valeria todo um ramo no estudo das populações, ainda não aprofundado no Brasil.


Referencias: 

DE OLIVEIRA, Emerson Dias; PIMENTA, Edmilson Batista Sarto; BARBOZA, Samuel Gorriz. A CIÊNCIA DEMOGRÁFICA ENQUANTO UMA TEORIA PARA REFLETIR E QUESTIONAR A ESTRUTURAÇÃO SOCIAL CONTEMPORÂNEA. Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PGE/UEM), v. 11, n. 1, p. 130-148, 2019.

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