“As Pedras na História”: O uso de fontes arqueológicas “pré-históricas” para a historiografia | Luiz Carlos Medeiros da Rocha

Resumo: As Pedras na História”: O uso de fontes arqueológicas “pré-históricas” para a historiografia Luiz Carlos Medeiros da Rocha


Professor William Poiato

Pontas de lança tradição Umbu/ região Sul do Brasil

Luiz Carlos Medeiros da Rocha é graduado em História (2010) pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Pesquisador colaborador do Laboratório de Arqueologia O Homem Potiguar (LAHP) também da UERN. Mestre em Antropologia e Arqueologia (2013) (concentração em Arqueologia) pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia e Arqueologia (PPGAArq), da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Doutor em Arqueologia pelo Programa de Pós-graduação em Arqueologia (2018) da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Atuação principalmente com pesquisas voltadas a arqueologia pré-histórica.

A "discussão inicial" do autor nos traz que os primeiros historiadores costumavam dar mais atenção às fontes escritas, isso dificultava diversos estudos e somente com a nova história da "Escola de Analles" outras frentes de trabalho começam a ser exploradas. A cultura material começa a ser levada em conta na história. Outra coisa é a interdisciplinaridade, ou seja, a história necessita das outras ciências para manter-se inteira de sentido, a arqueologia por exemplo não se desvincula de nenhuma maneira da História, é inclusive a principal fonte para sabermos das sociedades agrafas (que não escreviam). Isso se dá principalmente no estudo da Pré História, a fonte material se torna também fonte cultural e mesmo com as diferenças entre Arqueólogos e Historiadores a troca entre eles ajuda firmemente ao avanço do saber deste período.

Divisão do Campo Histórico: destacando sinteticamente e de forma mais direta, as possibilidades do trabalho utilizando a cultura material. (Dimensões: vermelho/ Abordagens: azul/ Domínios: verde)

Rocha avança esclarecendo "O que é Cultura Material?". Entre  historiadores e Arqueólogos há, aparentemente, uma definição não muito dogmática do termo, para historiadores parece ser a história dos objetos e dos seres humanos que os usam. porém há um problema, não basta explicar o objeto em si, mas as apropriações culturais, ritualísticas e do cotidiano feitas dele desta forma se lançam campos multidisciplinares para este tipo de história: história da cultura material; história antropológica; e Etno-História. Sendo a materialidade o principal vestígio do passado pré-histórico, estes três campos são os principais à pesquisa-lo. O autor conclui: 


"A cultura material é tudo fabricado, utilizado e materializa-do no objeto concreto, apresentando marcas da ação humana no próprio objeto e a partir dos objetos, onde identificamos “restos” ou vestígios da cultura, das técnicas, e as relações de uma determinada população."
Luiz prossegue com o trecho de título "Os arqueólogos, as fontes arqueológicas e a escrita da pré-história". Reafirmando que o arqueólogo é interdisciplinar, demonstra um conflito entre o arqueólogo da mídia e o verdadeiro trabalho do arquélogo. quele que faz arqueologia dificilmente encontra grandes tesouros, mas vestígios, partes de objetos, de pessoas e de culturas, que tenta, a partir deste ponto registrar não só a cultura encontrada, mas o próprio objeto, por ser perecível no tempo.  O mesmo profissional trouxe uma grande contribuição, pela sua forma de datação dos objetos cria na história os conceitos de AP (Antes do Presente) e DP (Depois do Presente) sendo o 'P' 1950. Sendo também um momento interessante, pois para o arqueologo a Pré História e a História são simultâneas. O Brasil é um ótimo exemplo: sua pré-História, ou seja as sociedades agrafas, predominam no território até o contato com os Europeus no séc XVI, porém a ocupação humana já se faz à 50,000 anos.

Em seguida o autor nos traz "Uma fonte pré-histórica: os vestígios líticos", as pedras sempre foram um recurso usado pelas populações pré-históricas para os mais diversos fins, o estudo lítico (de rochas) neste sentido, estuda toda rocha usada por estas sociedades. A partir da forma de uso e do próprio tipo de rocha usada conseguimos propor uma cronologia da evolução técnica das próprias sociedades. Mesmo que, se tentarmos meramente transportes as idades da pedra lascada, polida e de metais ao Brasil encontraremos dificuldades. Outra dificuldade é estabelecer onde acaba a pré-história e onde começa a história. Ou seja, até onde tratar como pré história e até onde tratar por história indígena.

O próprio autor nos traz em resumo:

"Essa discussão esteve voltada para a caracterização dos vestígios da cultura material, em destaque os vestígios líticos enquanto fonte, tendo em vista que estes podem ser estudados com uma perspectiva atemporal, como sinais comuns a ambos os períodos (se for pensado essa divisão do tempo histórico em dois, como discutido anteriormente), pois os vestígios líticos não deixaram de existir com a colonização européia no que hoje conhecemos como Brasil, mesmo sendo substituídos ao longo do tempo. E sim, os historia-dores podem e devem utilizar da cultura material para a construção do conhecimento, em benefício da historiografia."



Referências: 

Comentários