O trabalho do historiador: Uma observação
Prof William Poiato
O trabalho do historiador é um tema tremendamente grande e de difícil desenvolvimento, pelas mais diversas compreensões possíveis deste.
Em primeiro lugar deveríamos falar o obvio: O trabalho do historiador é fazer história!
Porém, nesta definição sobram problemas, afinal, o que seria fazer história? Todos os seres humanos fazem história, ou melhor, fazem parte da história. São agentes ativos de seu tempo, então como o historiador poderia ter como oficio fazer a história?
Tal questionamento nos faz saltar (dentro da semântica da palavra) para algo mais preciso: o oficio do historiador é registrar, acompanhar, compreender e divulgar a história? Talvez.
Mas antes devemos ter em mente de qual historiador estamos falando, existem varias metodologias em história, mas gostamos da analogia de que há dois tipos de historiadores:
O Cronista e o Artista![1]
O cronista tenta apagar-se durante a narrativa histórica que tenta contar.
O artista tenta acrescenta um pouco de si enquanto escreve, tem compaixão, 'ressuscita' os mortos.[1]
Geralmente “atribuiu-se à história a missão de julgar o passado e de informar o presente em benefício do futuro."[1]. Porém o cronista diria: "Nosso ensaio não tem pretensões tão altas; deseja somente mostrar como o passado realmente ocorreu"[1]. A primeira postura, -interessada- é do artista, a segunda -factualista- do cronista.
O cronista tenta não imputar valor ou moral, apenas fazer uma descrição dos fatos, tenta anular-se para que os fatos falem, isso implica que a história só nasce como fato quando estiver morta, quando seus fatos suscitarem menos paixões, ou seja, rompe a relação passado e presente e evidentemente impede uma generalização possível de futuro. A história deixa de ser algo que traz lições e se torna um patrimônio[1].
O cronista tenta não imputar valor ou moral, apenas fazer uma descrição dos fatos, tenta anular-se para que os fatos falem, isso implica que a história só nasce como fato quando estiver morta, quando seus fatos suscitarem menos paixões, ou seja, rompe a relação passado e presente e evidentemente impede uma generalização possível de futuro. A história deixa de ser algo que traz lições e se torna um patrimônio[1].
O artista é cético com a primeira postura, afinal, "só uma preocupação da vida presente pode levar-nos a fazer pesquisas sobre um fato do passado. Em seguida, sublinha que o historiador pertence ao presente. Cada historiador é o produto de sua época e sua obra reflete o espírito do seu tempo, de sua nação e do seu grupo social." A neutralidade é também uma escolha moral. Mas o texto histórico também não deve se tornar uma projeção total de quem escreve. O historiador deve ser avisado que é um ser do gênero humano escrevendo sobre outros seres como ele, que viveram e morreram, e este que escreve esta em um tempo-espaço determinado[1]. "Sublinha-se que o passado não é um patrimônio perdido que deva ser recuperado, mas uma herança viva, uma força, uma energia geradora de sentidos. Isso significa que, longe de ser um saber independente das paixões do momento, a história é uma forma de pensamento aberta, que modifica, sem cessar, a hierarquia dos fenômenos"[1]
De todo modo o historiador deve perguntar ao passado e neste momento a pergunta é de um artista, e deve ter a frieza do cronista ao se deparar com os documentos que demonstram que o que ele pensava era verdadeiro ou falso. Afinal, a história nunca esta acabada "a objetividade da história não é uma postura ou um resultado, mas uma aspiração. Isso conduz a dois elementos. Primeiramente, sua natureza mutante: “A objetividade da história está ligada ao movimento: a história a faz ao se fazer”.
Como os historizadores respondem estas perguntas ao passado? A partir de metodologias de pesquisa (método e teorias filosóficas como o debate que tivemos acima) e das fontes históricas. Seu papel (das fontes) não é contar a verdade, uma falsa história pode ser uma ótima fonte. "Na realidade, o material histórico é sempre, ao mesmo tempo, muito rico e muito lacunar" [1], para cobrir estas lacunas que a teoria histórica existe, para dar sentido à coleção de fontes históricas.
Como os historizadores respondem estas perguntas ao passado? A partir de metodologias de pesquisa (método e teorias filosóficas como o debate que tivemos acima) e das fontes históricas. Seu papel (das fontes) não é contar a verdade, uma falsa história pode ser uma ótima fonte. "Na realidade, o material histórico é sempre, ao mesmo tempo, muito rico e muito lacunar" [1], para cobrir estas lacunas que a teoria histórica existe, para dar sentido à coleção de fontes históricas.
São diversivas as fontes históricas, as diretas e indiretas como a analise de um texto escrito, imagens e filmes, audiovisuais (esta chamada semiótica), fazer história oral (colher depoimentos), objetos e cultura material, etc[2].
Porém, para entender oque é ser um historiador temos de observar a sua prática, que se aproxima da segunda definição apresentada:
o oficio do historiador é registrar, acompanhar, compreender, proteger e divulgar a história
De certa forma o historiador "cronista" registra a história, demonstra a sua coleção de fatos, de forma ordenada, e a acompanha pelos diversos momentos históricos. Porém os teóricos da história, acadêmicos em geral criam a necessitaria compreensão da história, para entendermos seu movimento; os cuidadores de patrimônios históricos, restauradores, aqueles que guardam fontes históricas de forma apropriada em arquivos, estes protegem a história; assim como os que trabalham em museus e os professores divulgam a história.
Ou seja, na prática do trabalho compreendemos melhor o que e a própria história!
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Referências
[1] LORIGA, Sabrina. O eu do historiador. história da historiografia • ouro preto • número 10 • dezembro • 2012 p. 247-259
[2] Metodologias para diferentes fontes históricas. Universidade Aberta do Brasil
é muito grande deveria ser resumido. Naira Banin 6ºano a
ResponderExcluirPerfeito! Será considerado!
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